Com a atual pandemia que o mundo está a passar, as vacinas são assuntos atuais e de primeira importância, na verdade elas sempre foram. Os investigadores, nas últimas décadas, já demonstraram em diversas ocasiões que as vacinas, não só protegem contra as infeções virais e bacterianas como também melhoram a saúde como um todo.
Na última Alzheimer’s Association International Conference (AAIC) 2020, realizada em julho, diferentes estudos mostraram que as vacinas contra a pneumonia e a gripe estão associadas à redução do risco de desenvolver-se a doença de Alzheimer e outras demências, à medida que o indivíduo envelhece.
O primeiro trabalho, realizado na The University of Texas Health Science Center, em Houston, avaliou o poder da vacina contra a gripe (influenza) na manutenção da saúde cognitiva. Os pesquisadores descobriram que uma única dose da vacina já reduz o risco de desenvolver a doença de Alzheimer, mas, entre aquelas pessoas que receberam a vacina anualmente o risco era ainda menor. Ele chegou a uma redução de 6%, durante 16 anos, para os pacientes com idades entre 75 e 86 anos.
Para obter os benefícios, no entanto, um detalhe importante a ser considerado é a data da primeira vacinação. As pessoas que receberam a primeira dose, aproximadamente, aos 60 anos de idade foram mais beneficiadas do que aquelas vacinadas aos 70 anos.
O segundo estudo considerou o alcance da vacina para a pneumonia na prevenção da doença de Alzheimer. Há muito tempo os investigadores procuram associações entre as vacinas que já existem no combate a algumas doenças para abordar as patologias do cérebro. O time da Duke University Social Science Research Institute, especializado em envelhecimento, pesquisou os benefícios da vacina para a pneumonia, com e sem a vacina da gripe, e o risco de desenvolver Alzheimer. Foram investigados mais de 5 mil participantes acima de 65 anos de idade. Também foi considerado o risco genético para a demência.
O resultado foi muito animador. A vacinação de pneumonia realizada entre 65 e 75 anos de idade reduziu o risco de desenvolver Alzheimer em cerca de 25 a 30%. Em indivíduos que não carregam o fator de risco genético para o Alzheimer, o risco diminuiu em até 40%. Os riscos também foram menores entre os que tomaram as duas vacinas: para a influenza e para a pneumonia.
Os cientistas alertam que os benefícios de uma vacina, como a da pneumonia, para o Alzheimer dependem das características genéticas de cada pessoa. Ainda assim, a compreensão desses mecanismos amplia a abordagem da prevenção.
Fonte: Alzheimer’s Association International Conference 2020
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Atualizado em 08/09/2020.