A aspirina é um dos analgésicos mais populares no mundo. Ela é conhecida por aliviar as dores comuns, como a dor de cabeça, a dor muscular e a dor de garganta. Muitas pessoas também usam esse medicamento para combater os sintomas de gripes e constipações. Após anos de uso como antitérmico e anti-inflamatório, os cientistas identificaram a capacidade de essa substância ajudar na prevenção de doenças cardiovasculares, como o enfarte e o derrame. Diante desses benefícios, os pesquisadores questionaram se os efeitos anti-inflamatórios também podiam fazer bem ao cérebro e coibir o declínio cognitivo e, por que não, a doença de Alzheimer. A resposta surgiu depois de uma longa e minuciosa pesquisa, publicada no Neurology, o periódico médico da Academia Americana de Neurologia: Doses diárias de aspirina não reduzem o risco de uma pessoa desenvolver a doença de Alzheimer ou as outras demências.
O estudo acompanhou quase 20 mil adultos, homens e mulheres, com mais de 70 anos. No início, todos eles estavam saudáveis, livres de demência ou de problemas cardiovasculares. Enquanto metade dos participantes recebeu, diariamente, doses de 100 miligramas de aspirina, a outra metade ingeriu placebo. Todos os participantes foram acompanhados anualmente, com testes cognitivos e avaliações físicas, ao longo de 5 anos. Durante o processo, os pesquisadores não detetaram diferenças em diagnósticos entre os dois grupos. Entretanto,575 pessoas desenvolveram demência. Porém, o declínio cognitivo aconteceu independentemente do consumo da aspirina. Uma das hipóteses dos pesquisadores para o resultado é que os participantes já eram saudáveis no início do estudo. Talvez os benefícios causados pela aspirina tenham sido reduzidos ou inexistentes.
Alerta: Há anos, muitos médicos prescrevem pequenas doses de aspirina para reduzir o risco de doenças cardiovasculares e derrame. Afinal, já se sabe que essa substância torna o sangue mais fino e tem funções anti-inflamatórias. É importante ressaltar, no entanto, que o consumo indevido desse medicamento pode provocar outros danos, como sangramento no cérebro. Portanto, nunca se deve fazer uso de qualquer medicamento sem a recomendação do médico de confiança.
Fonte: Neurology – Academia Americana de Neurologia
Atualizado em 27/08/2020.