Reduzir a rapidez do envelhecimento ou reverter os efeitos dele no organismo é um desejo de todos. Diversas pesquisas já foram feitas para compreender o poder da atividade física, de hábitos de vida – como a quantidade calórica ingerida por dia -, até da alimentação. Embora nenhuma dessas práticas consiga reverter 100% o processo, muitos benefícios são alcançados. A descoberta mais recente tem origem em um trabalho realizado na Stony Brook University, em Nova Iorque. O estudo, conduzido pela professora Dra. Lilianne R. Mujica-Parodi, demonstrou que uma dieta com pouca quantidade de carboidrato consegue reverter os efeitos causados pela idade no cérebro.

Com base em imagens dos cérebros, a equipa da Dra. Mujica-Parodi observou que as transformações neurobiológicas associadas ao envelhecimento podem ser vistas muito antes do que se esperava até agora; no final da quarta década de vida.

Na sequência, as pesquisas sugeriram que esse processo e as alterações dele podem ser prevenidas ou revertidas com as mudanças alimentares. A principal delas seria consumir o mínimo de carboidratos simples. O maior efeito, porém, acontece na fase preventiva, quando o cérebro ainda é jovem e não apresenta os sinais de envelhecimento.

A interpretação dos cientistas passou pelo seguinte processo: após observar as imagens cerebrais de quase 1.000 pessoas entre 18 e 88 anos de idade, constatou-se que as perdas das vias neurais intensificam-se de acordo com a fonte de energia recebida. Quando o cérebro recebia glicose, a estabilidade das conexões cerebrais ficava comprometida. Porém, quando a energia eram corpos cetónicos, substâncias produzidas no fígado quando o indivíduo consome pouco carboidrato, o resultado era o oposto.

Os pesquisadores consideram que os cérebros mais velhos perdem a capacidade de metabolizar a glicose. Assim, os neurónios não agem com tanta eficiência. Já a dieta cetónica, baseada em proteínas e gordura, parece ter efeitos promissores em cérebros comprometidos por doenças neurológicas, como o Parkinson e o Alzheimer. É necessário mais investigação, mas as descobertas sempre abrem novos caminhos e reacendem as esperanças. 

Vale ressaltar que as dietas ricas em proteína e gordura podem ocasionar problemas significativos ao coração. E, um coração pouco saudável é um fator de risco para o Alzheimer e para as outras demências. 

A obesidade aumenta o risco da demência.

Fonte: Stony Brook University

Atualizado em 20/08/2020.

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