Diante de um esquecimento ou de uma dificuldade para concentrar-se e realizar as tarefas simples do cotidiano, fica a dúvida: o que é o quadro de demência, o desenvolvimento da doença de Alzheimer ou o comprometimento normal do envelhecimento? Todos esses quadros clínicos apresentam sintomas em comum, porém com repercussões e desafios diferentes. A seguir, nós elucidamos cada um deles.

A demência é uma síndrome crónica e progressiva que abrange uma série de disfunções cerebrais. Neste quadro clínico, o doente apresenta problemas de memória, dificuldade para tomar decisões, para controlar as emoções, concentrar-se e comunicar-se.

Há diversos tipos de demência e cada um deles depende do modo como o cérebro foi danificado. Os sintomas também variam de acordo com a área afetada e o que ela controla. O tipo mais comum de demência é a doença de Alzheimer. Ela responde por, aproximadamente, 60 a 70% dos casos. Em seguida, a demência frontotemporal é a que apresenta mais incidência, ela ocorre quando há danos nos neurónios dos lobos frontal e temporal. Este tipo de demência compromete a capacidade executiva do cérebro. Planear-se, realizar as tarefas e organizar-se transformam-se em enormes desafios. A demência com corpos de Lewy também chama a atenção, pois o início da síndrome surge mais cedo, por volta dos 50 anos. Além de afetar a cognição, ela compromete as competências físicas e motoras, o que resulta na dependência total do doente. Por fim, há a demência vascular que é o resultado, na maioria das vezes, de um acidente vascular cerebral (AVC). Esta demência é grave e comprometedora, mas é a única com chance de prevenção.

A doença de Alzheimer: Esta é uma condição neurológica progressiva e sem cura, descrita pelo médico alemão Dr. Alois Alzheimer, em 1906. Ela ocorre quando as conexões entre os neurónios dissipam-se, seja pelo acúmulo de proteína e formação de placas amiloides ou por emaranhados neurofibrilares. Quando o Alzheimer se manifesta, ele compromete a memória e debilita a capacidade cognitiva do paciente. À medida que a doença avança, ela impossibilita a autonomia do doente e altera todo o comportamento dele. Infelizmente, ainda não há um tratamento comprovado para interromper a evolução dessa doença. Tampouco há meios de preveni-la. Até o momento, os especialistas afirmam que um estilo de vida saudável e equilibrado pode reduzir o risco de um indivíduo desenvolver as doenças crónicas, em geral. Eles também reconhecem que manter o cérebro ativo e estimulado de forma contínua e diversificada é um caminho importante para evitar os comprometimentos neurológicos.

A senilidade: Por definição, a senilidade é um estado ou uma condição do envelhecimento. Durante muito tempo, o termo esteve associado à perda de habilidades cognitivas e à incapacidade de raciocinar com clareza e de tomar decisões corretas e coerentes. Esta convicção, no entanto, está em desuso devido ao peso pejorativo e ao estigma que ela encerra. Isso ocorre porque o comprometimento cognitivo e a perda de memória não fazem parte do envelhecimento de todas as pessoas. Estes são sintomas de demência e de outras doenças neurocognitivas. Nos indivíduos que enfrentam o envelhecimento de forma saudável, as mudanças cognitivas aparecem isoladamente e não apresentam um padrão de repetição. Pode sim haver uma redução na concentração e na atenção, mas não se trata de um quadro clínico que possa levar a pessoa à dependência total.   

Fontes: Organização Mundial da Saúde e Harvard University  

Conheça os sinais iniciais da doença de Alzheimer.

Atualizado em 06/08/2020.

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