A maioria dos adultos dorme à noite e fica acordado durante o dia. Bebés e idosos já necessitam de cochilos curtos para o bem-estar. Porém, um sinal de alerta é acionado quando se trata de descansos excessivos ao longo do dia. Uma nova pesquisa sugere que as sonecas podem indicar o início da doença de Alzheimer ou outras demências e surgir muito antes do que o esquecimento.
Até há pouco tempo, a necessidade de descansar durante o dia era explicada pelas noites mal dormidas, consequência do próprio Alzheimer. Os cientistas da Universidade da Califórnia, em São Francisco, descobriram uma explicação biológica para este comportamento, eles demonstram que a doença atinge diretamente partes do cérebro responsáveis pela vigília ao longo do dia.
O estudo, conduzido pela neurologista Dra. Lea T. Grinberg, professora do Centro de Memória e Envelhecimento da Universidade da Califórnia, demonstra que as áreas do cérebro comprometidas são as primeiras a serem atingidas pelo Alzheimer, o que indica o comportamento como um sintoma inicial da doença.
No mesmo trabalho, os cientistas também constataram no cérebro um acúmulo da proteína tau, já conhecida pela degeneração neurológica que causa em pacientes com Alzheimer. Em laboratório, eles mediram os níveis da proteína tau e o número de neurónios nas regiões do cérebro que provocam o estado de vigília. Esta análise foi feita em pacientes falecidos e comparada a um grupo de controlo saudável. Além do excesso de tau, também foi observada uma redução de quase 75% dos neurónios em pacientes de Alzheimer. A pesquisa foi publicada no periódico Alzheimer’s & Dementia: The Journal of the Alzheimer’s Association.
Para os cientistas, esta descoberta – que ainda demanda investigação futura – abre uma nova porta para continuar a procura para a cura do Alzheimer e assinala novas possibilidades de tratamento.
Fonte: University of California San Francisco
Atualizado em 24/04/2020.