Além de trazer alegria, companhia e suporte, amigos por perto também refletem na boa saúde do cérebro. Esta é a conclusão do estudo feito por pesquisadores de diversas instituições e liderado por psiquiatras da University College London. Eles observaram que o convívio social com os amigos e os familiares na meia-idade reduz o risco do indivíduo desenvolver demência no futuro.

Após acompanhar a vida social de mais de 10 mil ingleses, os cientistas concluíram que o cérebro trabalha de forma diferente – e mais produtiva – para garantir a interação com outras pessoas. Neurónios que atuam na linguagem e na memória precisam esforçar-se mais para que o funcionamento seja adequado. O resultado de tamanha dedicação é uma maior reserva cognitiva, fator importante na preservação da cognição.

A reserva cognitiva funciona como o estoque de habilidades do cérebro para superar desafios e obstáculos. Este estoque é acumulado ao longo da vida com educação, aprendizado e curiosidade – e, segundo o estudo citado acima, com as relações sociais. Comparada com a reserva financeira, ela representa o dinheiro acumulado e reservado para as necessidades futuras. No caso da reserva cognitiva, quanto maior ela for, maior será a capacidade do indivíduo de afastar o comprometimento causado por uma disfunção neurodegenerativa associada a qualquer enfermidade. 

As informações sobre os participantes foram compiladas durante 28 anos. Ao longo do período, eles responderam regularmente os questionários sobre o convívio e as relações sociais e também realizaram testes para avaliar a capacidade de raciocínio, a memória e a fluência verbal. Paralelamente, os pesquisadores tiveram acesso às fichas médicas dos participantes.

A notícia de que o convívio social faz bem à saúde mental vem acompanhada de mais duas conclusões interessantes. A primeira é que os benefícios revelaram-se maiores quando a interação com os amigos e os familiares sucedeu aos 60 anos, em comparação com os 50 e 70 anos. A segunda conclusão é que a vida social com os amigos aumenta ainda mais o desempenho cognitivo do que aquela com os parentes.

Seja com os amigos ou os familiares, uma coisa é certa, estar com as pessoas queridas por perto afasta também os outros fatores que podem aumentar o risco de demência, como a depressão, o isolamento e a solidão.

Fonte: Harvard Medical School, University College London

Atualizado em 16/04/2020.

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