O poder que o sono tem sobre a nossa saúde é incontestável. Bastam poucas horas de repouso ou várias interrupções durante a noite para ocorrer um aumento de beta-amiloide, proteína no cérebro associada à doença de Alzheimer. Esta é a conclusão do estudo realizado por pesquisadores do National Institutes of Health, nos Estados Unidos.

Na doença de Alzheimer, a beta-amiloide acumula-se em placas senis, um dos marcos patológicos da doença. A consequência dessa concentração é que as placas afetam de forma negativa a comunicação entre os neurónios.

Os cientistas examinaram os cérebros de 20 participantes saudáveis, com idades entre 22 e 72 anos, em duas ocasiões: após uma noite restauradora e após 31 horas sem dormir. A quantidade de beta-amiloide aumentou 5% nos cérebros dos participantes após a noite insone. As alterações visíveis ocorreram no tálamo e hipotálamo, regiões do cérebro vulneráveis à doença de Alzheimer em estágios iniciais.  

Dormir demais, no entanto, não apresenta efeito terapêutico. Muitas horas de sono elevam o risco de a pessoa desenvolver Alzheimer e outras demências. O ideal é seguir a recomendação de acordo com a idade:

– 7 a 9 horas para adultos de 26 a 64 anos

– 7 a 8 horas para adultos acima de 65 anos

OS OUTROS FATORES DE RISCO

Os fatores de risco que podem ser reduzidos são praticamente aqueles relacionados à vida saudável. Um corpo com saúde apresenta menos risco. A pressão arterial alta, o colesterol acima do recomendado e a obesidade são fatores que merecem cuidado. Eles podem levar a condições associadas ao desenvolvimento de demências na terceira idade. Veja, a seguir, como reduzir o risco de ter uma doença neurodegenerativa:

Reduzir a ingestão de álcool – O álcool pode comprometer a saúde do cérebro. Ele deve ser consumido com cuidado e moderação. A recomendação é não ultrapassar quatro taças de 250 ml de vinho ou sete cervejas em lata por semana. E, se atingir esta cota, ela deve ser dividida em pelo menos três dias.

Praticar atividade física – Qualquer quantidade é melhor do que nada. O ideal é planear-se para um mínimo de 150 minutos por semana de exercícios moderados. Combinar um treino aeróbico, como a caminhada ou a natação com exercícios de resistência é a melhor alternativa para fortalecer a massa muscular.

Não fumar – Quase nada precisa ser dito a respeito dos malefícios do tabaco. Além de aumentar o risco de tumor de pulmão e outros cancros, o tabagismo compromete o sistema circulatório em todo o corpo. A probabilidade de um fumador desenvolver a diabetes e o acidente vascular cerebral – e na sequência, a demência – aumenta.

Seguir uma alimentação saudável – A Dieta Mediterrânea, rica em ômega-3, e composta principalmente por grãos integrais, peixes, legumes e azeite de oliva está associada à boa saúde do cérebro. A dieta permite, inclusive, o vinho tinto e a carne vermelha com moderação. Vale também o controlo do sal, do açúcar e da gordura saturada.

Manter o cérebro ativo – Manter o cérebro ativo é mais amplo do que desafiar a mente com estudos e novos aprendizados. Uma vida social ativa na terceira idade, com os amigos e os familiares por perto, faz bem para o corpo e para a mente.

Conheça os fatores de risco sem provável redução.

Fonte: Alzheimer’s Research UK, Alzheimer’s Association EUA, Alzheimer’s Society UK, National Institutes of Health e National Sleep Foundation

Atualizado em 19/03/2020.

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