O comprometimento cognitivo ligeiro confunde o raciocínio, prejudica a memória e, ainda assim, passa despercebido para muitas pessoas e por muito tempo. Isto ocorre porque, geralmente, elas não percebem que estão perante um problema. O facto é que, mesmo ligeiro, o comprometimento cognitivo pode ser o sinal inicial da doença de Alzheimer e de outras demências. Esse comprometimento também surge em quadros de depressão ou como efeito colateral de determinada medicação. A Academia Americana de Neurologia (AAN) estima que, no mundo, 7% das pessoas na faixa dos 60 anos apresentam comprometimento cognitivo ligeiro. Este número aumenta para quase 40% aos noventa anos.

Diante dessa situação, no qual milhares de idosos enfrentam os desafios do comprometimento cognitivo sem diagnóstico ou amparo, a Academia Americana de Neurologia, divulgou recentemente uma diretriz para auxiliar os médicos e os profissionais de saúde a perceberem o quadro de declínio neurológico nos pacientes de terceira idade.

A recomendação da AAN, publicada no periódico médico Neurology, é para os médicos examinarem as habilidades de memória e raciocínio de todos os pacientes acima de 65 anos de idade. Estas avaliações devem acontecer anualmente para que, no primeiro sinal de demência, a intervenção possa ser feita da melhor forma possível.

O comprometimento cognitivo ligeiro, quando é causado por depressão, medicamentos ou outro fator externo, pode ser tratado e revertido. Neste ponto, a qualidade de vida do paciente melhora indiscutivelmente. Muitos, que se julgavam incapazes e isolavam-se socialmente, por exemplo, voltam à vida ativa e recuperam a autoestima. No entanto, quando este declínio cognitivo é o sintoma inicial de demência ou da doença de Alzheimer, quadros clínicos que até o momento não têm cura, o diagnóstico precoce dá ao paciente e à família tempo e oportunidade de acompanhar a evolução e tomar as decisões que julgarem necessárias.

Fonte: American Academy of Neurology.

Atualizado em 12/03/2020.

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