Quando um familiar apresenta uma doença degenerativa e crónica, todos se perguntam se ela é hereditária. Com o Alzheimer e as outras demências não podia ser diferente. O paciente fica preocupado se a doença será transmitida aos filhos. Os irmãos de pacientes questionam se há o mesmo risco. Os filhos de pacientes procuram informação para saber se carregam o gene que aumenta a incidência de Alzheimer. Enfim, qual é o peso da genética na evolução da doença de Alzheimer?

Primeiro, é preciso compreender os genes. Eles são as unidades de herança, formadas pelo DNA da pessoa. Os genes carregam as informações que determinam as características básicas do indivíduo, como a cor dos olhos, mas também o risco que ele tem de desenvolver algumas enfermidades. Os genes são poderosos. Eles controlam todas as células do corpo humano.

Os pesquisadores já identificaram vários genes associados ao Alzheimer em adultos com mais idade. Alguns genes aumentam o risco de estes portadores desenvolverem a doença. Outros, mais raros, são mais determinantes. O gene mais comum, no entanto, é o apolipoproteína E (apo E). Embora ele seja detectado, o facto de um indivíduo carregá-lo nas células não é uma certeza de que ele desenvolverá a doença. O gene potencializa o risco, contudo, não pode ser considerado a causa do Alzheimer. Outros fatores estão envolvidos no desencadeamento desta doença neurológica. Os cientistas seguem à procura de novas associações genéticas para, assim, avançarem no tratamento, na cura e, principalmente, na prevenção total.

Nos casos de início precoce da doença de Alzheimer, quando ela aparece antes dos 60 anos de idade, o peso da genética é maior e mais importante – mas, felizmente, bem mais raro. A mutação de três genes específicos, a proteína precursora de amiloide (PPA) e as presenilinas 1 e 2 (PSEN1 e PSEN2), torna significativamente maior o risco de a doença de Alzheimer aparecer precocemente.

A genética, no entanto, é apenas um lado desta história. Diversos estudos científicos já comprovaram que, independentemente dos genes herdados dos pais, a maioria das pessoas consegue reduzir os riscos de desenvolver algumas doenças, inclusive as demências, ao adotar um estilo de vida equilibrado e saudável. A genética não é o fator determinante em todas as situações.

Leia mais sobre a redução de riscos aqui.

Fontes: Alzheimer’s Society UK, National Institute on Aging

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