A perda de memória é o sintoma mais conhecido e associado à doença de Alzheimer. Quando um adulto mais velho se esquece de onde pôs os óculos ou deixou a chave do carro, logo surge a dúvida: o esquecimento é normal nesta idade ou representa o princípio de Alzheimer?

O esquecimento pode ser uma parte normal do envelhecimento. Com o passar dos anos, assim como o corpo sofre modificações, o cérebro também passa por alterações. Algumas partes mais do que outras. Já foi constatado que os idosos tem mais dificuldade em aprender coisas novas, pode haver, inclusive, uma redução na velocidade do raciocínio. Nada disso, porém, compromete a segurança ou interfere seriamente nas atividades do dia a dia.

Há algumas condições médicas que também comprometem a memória. E, na maioria dos casos, quando detectadas e tratadas atempadamente, podem melhorar a qualidade de vida do doente. As infecções no cérebro, os efeitos colaterais de medicamentos, o consumo excessivo de álcool, as lesões na cabeça e até a carência de vitaminas, como a B12, podem afetar regiões do cérebro ligadas ao armazenamento de informações. As questões emocionais também apresentam um efeito poderoso na memória. Não raramente, os quadros clínicos de depressão são confundidos com a demência por apresentarem alguns sintomas semelhantes, como certa desconexão e ausência. A situação é temporária, com o tratamento adequado.

O esquecimento, como sintoma da doença de Alzheimer, é diferente. Nesta doença neurodegenerativa e irreversível, as células do cérebro degeneram-se, desconectam-se e perecem. Consequentemente, toda a função mental fica comprometida, entre elas a memória. O que chama a atenção e surpreende, não só os familiares como também os cuidadores de pacientes, é que na doença de Alzheimer o esquecimento não afeta somente a memória de curto ou de longo prazo. O escopo é maior. A pessoa não sabe onde está ou quem é no presente, no momento. Assim como a capacidade de formar novas memórias fica reduzida.

O processo segue uma sequência bem semelhante em todos os pacientes:

  • 1ª fase – a memória de curto prazo, aquela que retém a informação atual, do momento, para ser usada em uma conversa, falha.
  • 2ª fase – a memória episódica, que comporta os dados autobiográficos, as experiências pessoais e os eventos específicos, deteriora-se.
  • 3ª fase – a memória semântica, que engloba os significados de palavras, de vocabulário e de factos sobre o mundo é afetada.
  • 4ª fase – a memória processual, necessária para as atividades do dia a dia, tais como desligar a boca do fogão, ir à casa de banho e fechar a casa, desaparece.

Leia sobre os estágios da doença de Alzheimer e os sintomas aqui.

Fontes: Mayo Clinic, National Institutes of Health, National Council For Aging Care

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